sábado, 4 de fevereiro de 2017

TERÇO DAS ALMAS



Creio, Pai Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.

Nas contas grandes: Senhor olhai pela alma de (diga o nome do falecido), para que seus pecados sejam perdoados e possam adentrar a vossa morada.

Nas contas pequenas: Jesus misericordioso, tende compaixão de vosso (a) filho (a).

ORAÇÃO FINAL
 
Jesus, te agradecemos por todas as bênçãos que tu tens nos proporcionados, confiantes acreditamos que o Senhor já atendeu as nossas petições, nos guarda sempre debaixo do vosso amparo. Amém.


Israel Batista

TERÇO AO MILAGROSO SANTO EXPEDITO


Sinal da cruz, credo, Pai Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.

Nas contas grandes: Atenda meu pedido, meu glorioso Santo Expedito, clamo, oro e grito, para por ti ser atendido.

Nas contas pequenas: Glorioso Santo Expedito, venha me atender, pois necessito de uma bênção para não perecer.

ORAÇÃO FINAL

  Deus Onipotente e Criador oferecemos a vós, esse terço de Santo Expedito que acabamos de rezar, dignais sempre a nos abençoar, e atenda esse nosso pedido que pedimos por intercessão de Santo Expedito. Santo Expedito rogai por nós. Amém.


Israel Batista

TERÇO DO PADRE CÍCERO ROMÃO


1 Pai Nosso, 1 Ave-Maria, 1 Glória ao Pai

ORAÇÃO INICIAL

  Ó Senhor, abençoe este tríduo que vamos rezar em louvor ao Padre Cícero Romão. Que Deus nos derrame suas bênçãos e graças divinais.
  Meu padrinho Padre Cícero, do céu onde estais, olhai sempre por todos nós seus romeiros em especial todos vossos devotos nordestinos, que sofrem com a seca, fome e desprezos dos poderosos. Meu Padre Cícero rogai por nós. Amém.

1º Dia

  Apóstolo do sertão, que acolhia sempre os pobres carentes, de bens materiais e espirituais. Sempre tinha uma palavra de conforto, que acalentava a todos que o procuravam. Ó meu Padre Cícero, venha nos abençoar, olhai para o sertão seco e carente de chuva, abençoa sempre o vosso romeiro. Amém.

2º Dia

  “Quem matou, não mate mais, quem roubou, não roube mais.” Assim meu padrinho falava para todos os romeiros, que iam ao seu encontro buscar uma bênção. Hoje vemos a violência em demasia, roubos e muitas corrupções. Ó meu Padre Cícero, me valei e me protegei, contra esses malfeitores, que nos amedrontam e nos tiram a paz. Meu Padre Cícero rogai por nós. Amém.

3º Dia

  Ó meu Padre Cícero, que em vida tivestes muitas provações, demonstrando muita paciência, sofrestes calado as ordens que a Igreja vos designou. Daí-nos também esse dom de paciência, pois com as lutas dessa vida, nos é um teste de paciência, muitas das vezes nos roubam a paz. Meu Padre Cícero rogai por nós. Amém.   

ORAÇÃO FINAL

  Ó Deus, que concedestes a graça da fidelidade ao Padre Cícero, nos concede este dom que ora pedimos humildemente a ti. Fica conosco hoje e sempre e que o Padre Cícero continue intercedendo por nós seus romeiros, aí do céu. Louvor seja dado a ti ó Deus, hoje e sempre. Amém.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

PRECE A SANTA MARGARIDA DA HUNGRIA


Dia Litúrgico 18/01

Ó minha Santa Margarida da Hungria. vós que vivestes uma vida em perfeita oração, interceda a Deus por mim, pois almejo uma bênção receber (faça seu pedido), prometo-lhe que lhes renderei louvores sempre. Amém.

Israel Batista

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

PAI DA CARIDADE


De pai da caridade
Te aclamamos ó Vicente
Venha nos abençoar
Este teu povo carente
Vós que em vida
Aos pobre ajudou
Hoje no céu de luz
Derrama o seu amor

Ó São Vicente
Pai da caridade
Meu São Vicente
Vem nos dá felicidade

O teu povo que sofre
Da pobreza espiritual
Vem dá as suas bênçãos
Mui rica e divinal
Abençoa as criancinhas
E os idosos também
Orienta as famílias
A seguirem o rumo do bem

Abençoa Várzea Alegre
E toda a sua população
Nos dê forças e coragem
Pra vivermos em união
São Vicente Glorioso
Pai da caridade
Nos mostre o caminho
Pra viver em santidade.

Israel Batista

PRECE A SÃO BENTO BISCOP



Dia litúrgico 12/01

Ó Deus, pela intercessão de São Bento Biscop, venho te pedir, que olhe de misericórdia para todo o povo de Deus que sofrem, por não ter pastores dignos de conduzirem o rebanho do Senhor.

Israel Batista

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Evangelhos apócrifos marianos


Os católicos os chamam de “livros apócrifos”, enquanto os protestantes os consideram como “pseudoepígrafos". Trata-se de textos judaicos e cristãos, a grande parte escrita entre o século II antes de Cristo e o século VI da nossa era. Porém, manuscritos posteriores acrescentaram narrações e comentários sobre os textos originais. Assim, é difícil avaliar com certeza a época de redação das versões atuais que chegaram até nós.
Seus autores verdadeiros não se deram a revelar. Para conferir autoridade aos textos, davam-lhes o nome de um personagem reconhecido. Assim, há escritos judaicos apócrifos como Apocalipse de Moisés, Ascensão de Isaías, o I Livro de Adão e Eva (!) que não foram elaborados pelos personagens em questão e não foram incorporados na lista (cânon) da Escritura Sagrada do judaísmo.

Existem por volta de 60 apócrifos cristãos, enumerados entre evangelhos, atos, epístolas e apocalipses. Cada um deles nasceu num contexto histórico, geográfico e cultural, em comunidades cristãs que tinham uma determinada visão sobre Jesus. Interessa-nos aqui um grupo particular de escritos apócrifos que foram classificados como “evangelhos” (embora não mereçam este nome), por utilizar o mesmo recurso narrativo de Mateus, Marcos, Lucas e João. Durante o período em que as comunidades cristãs definiam os livros que fariam parte da Bíblia, eles circulavam nas comunidades e tinham a pretensão de serem inspirados pelo Espírito Santo. Os relatos apócrifos mesclavam narrativas próprias com fragmentos de Lucas e Mateus, dando assim a impressão de que eram somente acréscimos. Mas a teologia era bem outra!

Os “evangelhos apócrifos” não são relatos ingênuos e piedosos, que visam somente saciar a curiosidade sobre detalhes da vida de Jesus e de Maria. Na realidade, são como fragmentos de “ensinos doutrinais” em forma de narração, que apresentam a visão de determinados grupos no cristianismo das origens, visando disseminá-los. Muitos destes grupos, devido à dificuldade em articular de forma correta a humanidade e a divindade de Jesus, foram rejeitados pela Igreja. Seus escritos não foram aceitos como inspirados. Os gnósticos, por exemplo, negavam a salvação efetiva trazida por Cristo, por considerar que o mal reside na ignorância, na falta de conhecimento. Para os gnósticos, Cristo é o ser perfeito que veio libertar o ser humano da sua condição inferior e levá-lo de volta a plenitude. Quem conhece Cristo se torna outro Cristo e não apenas um simples cristão. Por isso, nos apócrifos marianos de influência gnóstica se acentua a divinização precoce da mãe do Senhor, colocando na sombra sua caminhada humana. Outro limite do movimento gnóstico consistia na visão extremamente negativa do corpo.

Vejamos os principais apócrifos que contem referências a Maria.
1. Evangelho do Pseudo-Mateus: datado do século IV, conta o nascimento de Maria e a infância de Jesus, com elementos gnósticos. Narra fatos exagerados e mágicos, sem qualquer fundo histórico. Por exemplo: Maria, vai para o templo aos 3 anos de idade, e lá se destaca desde esse momento como uma “super-mulher”, desempenhando-se em tudo melhor que as outras. O menino Jesus, por sua vez, não aceita nenhum professor para José lhe recomenda, pois afirma orgulhosamente que ele mesmo é o mestre.

2. Evangelho da Natividade de Maria: do século III, narra como foi importante o papel de Maria na história de Jesus. Sob forte influência gnóstica, está repleto de elementos mágicos, como o nascimento de Jesus sem parto real. Conforme alguns pesquisadores, seria o apócrifo mariano mais antigo e estaria na base do Proto-evangelho de Tiago.

3. Proto-Evangelho de Tiago: originado provavelmente no século III, é atribuído a Tiago, o Irmão do Senhor. Apresenta o nascimento de Maria como um fato extraordinário. Ela é filha de um casal estéril: Joaquim e Ana. Descreve-se a consagração de Maria no templo, o casamento com o ancião José (viúvo com seis filhos), a virgindade no parto e outros fatos também narrados por Mateus. Este texto apócrifo influenciou a devoção popular (festa dos pais de Maria no dia 26 de julho) e a iconografia cristã (José como um senhor idoso de barbas brancas).

4. História de José, o carpinteiro: remonta ao século IV ou V, do Egito. Os manuscritos que restaram são posteriores. Narra-se a história de José, contada por Jesus aos Apóstolos no Monte das Oliveiras. E, naturalmente, Maria aparece em vários relatos: a vida no Templo, o casamento com José, o natal em Belém, a fuga para o Egito, sua aflição diante da morte de José.

5. Evangelho armênio da Infância: reflete sobre a relação de Maria com o menino Jesus, e afirma que ela concebeu do Espírito Santo pela orelha! Maria é colocada como a nova Eva e mãe da humanidade. Originalmente, escrito no século VI.

6. Trânsito de Maria do Pseudo-Militão de Sardes: narra a morte, a ressurreição e assunção de Maria. Possivelmente originário do século IV, embora os melhores manuscritos datem do século VIII.

7. Livro de São João evangelista, o teólogo, sobre a passagem da santa mãe de Deus: do século IV este texto conta os detalhes da morte de Maria e sua assunção num domingo.

8. Livro de São João, arcebispo de Tessalônica: organizado em forma de homilia, o texto discorre sobre a festa da Assunção de Maria, porém sem os exageros típicos dos apócrifos. Datado provavelmente no século IV, teve grande influência na devoção mariana posterior.

Circula atualmente um apócrifo contemporâneo, intitulado “O evangelho secreto da Virgem Maria”. O núcleo da obra é atribuído a uma cristã espanhola do século IV, chamada Etéria. Provavelmente de origem medieval, o texto foi adaptado e completamente reelaborado pelo escritor espanhol Santiago Martín. É um relato romanceado, repleto de narrações tipicamente contemporâneas. Pode ser uma boa obra literária, mas não se presta para subsidiar a mariologia.

Por que os apócrifos constituem somente recurso suplementar para a mariologia? Por falta de consistência histórica e de coerência teológica.
As pesquisas arqueológicas e documentais atestam que grande parte das narrações apócrifas não tem fundamento histórico. Foram simplesmente inventadas, visando transmitir uma mensagem. É inconcebível a euforia dos pais de Maria por ocasião do nascimento da menina, narrada pelo apócrifo “Protoevangelho de Tiago”, pois na cultura judaica se esperava sempre o primogênito homem. Quando vinha à luz uma menina, era motivo de tristeza para a família! Da mesma forma, não se pode afirmar que Maria viveu no templo de Jerusalém como virgem consagrada, desde os oito até os doze anos de idade, como sustentam vários apócrifos, pois não havia este costume no tempo de Jesus.

Mais grave é a questão teológica. Vários apócrifos sustentam uma visão equivocada de Jesus, negando claramente sua dimensão humana e o realismo da encarnação. E tal percepção se estende a Maria. A narração do parto virginal de Jesus, no “Evangelho da infância de Maria”, está carregado de elementos mitológicos, negando que o Filho de Deus “se fez carne e veio morar entre nós” (Jo 1,14)! Há inúmeras cenas mirabolantes, que não condizem com o perfil de Cristo nos evangelhos, como aquela no qual o menino Jesus provoca a morte de uma criança que lhe desafia, ou sopra sobre um pássaro de barro e este começa a voar.

No entanto, os apócrifos marianos exercem enorme fascínio! Em primeiro lugar, devido à forma narrativa, breve e de agradável leitura. Além disso, vai ao encontro de uma espiritualidade devocional maximalista, que exalta Maria ilimitadamente. Quem procura uma “super-Maria”, cheia de poderes humanos e divinos, encontrará nas narrações apócrifas argumentos para reforçar sua visão. Ademais, os apócrifos reforçam a tendência de buscar na religião aquilo que é espetacular, milagroso, extraordinário. Por fim, parece responder a uma necessidade das pessoas de buscar mais informações sobre a vida de Maria, que os evangelhos não fornecem.

A esse respeito, o Ir. Aleixo Autran, grande mariólogo brasileiro falecido na década de 80, costumava dizer que se Deus não nos deu mais informações sobre a vida de Maria na Bíblia, é porque “não era necessário para nossa salvação, nem para a sã devoção”. Por isso, não convém buscar em outros textos, de origem duvidosa, conhecimentos sobre aquilo que Deus mesmo achou por bem não manifestar.

Afonso Murad.


Ver a descrição dos apócrifos marianos em: Jacir de Freitas Faria, História de Maria, mãe e apóstola de seu Filho, nos Evangelhos apócrifos. Vozes, p. 14-28.

Conversa com São José


São José, meu amigo.
Você recebeu um grande presente de Deus:
conviver com sua amada Maria e educar o filho adotivo Jesus.
Quem não gostaria de fazer parte de uma família assim?
Quantas vezes vocês riram juntos, contaram casos, rezaram Salmos, partilharam o pão...
José, companheiro efetivo de Maria nas tristezas e alegrias,
surpresas e desafios da existência.
Jesus aprendeu a ser homem e a ser filho com você.
Quando adulto, com liberdade e alteridade, Jesus pôde chamar a Deus de “Pai”.
Pode parecer pouco, mas é o essencial.
Aliás, você é o ícone do essencial. Do simples, cotidiano, sem alarde.
Consciente de seu lugar e de sua identidade,
acolhe e reverencia com humildade o Mistério.
Nós temos muito o que aprender com você!

(Afonso Murad)

Veneração à Virgem Maria


Católicos realmente adoram Maria como se fosse uma "deusa"? Qual o significado da Teologia Mariana? Tire definitivamente as suas dúvidas...-



SE CREMOS que Deus é Pai; se cremos que Jesus é o Cristo, o Ungido, o Filho de Deus, também precisamos respeitar, honrar e amar a mãe de Jesus, a Virgem Maria.

Se cremos que todos os que amaram verdadeiramente a Deus nesta vida estão no Céu, e que aqueles que seguiram Jesus e morreram acreditando n'Ele estão ao seu lado, seria o cúmulo do absurdo supor que a mãe do Cristo aqui na Terra não estivesse junto a Ele no Céu. Maria, ela que, segundo a Bíblia Sagrada, era cheia do Espírito Santo, declarou de si mesma:

“De hoje em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada!” (Lc 1, 48)

Nosso Salvador não salvaria sua própria mãe? Nós, cristãos, cremos que recebemos por Graça o direito e o poder de pedir e interceder junto a Deus. Podemos pedir ao Pai em nome de Jesus, ou falar diretamente a Jesus e pedir que nos conceda suas bençãos. O próprio Senhor Jesus Cristo ensinou isso nos Evangelhos, e que Graça maravilhosa é esta! Não devemos deixar jamais de conversar com nosso Senhor, que, sendo Deus, se fez homem e fraco, por amor a cada um de nós. Foi Ele somente quem sofreu as piores dores e deu a própria vida em sacrifício pela nossa salvação. Jesus é nosso único "Senhor", com sentido de Deus; é Um com o Pai e o Santo Espírito, nosso único Salvador, e exclusivamente por Ele recebemos a vida eterna. Jesus Cristo também é nosso único Mediador junto ao Pai, e isto quer dizer que somente Ele, sendo Deus, por seu Sacrifício de valor infinito pôde nos resgatar do pecado e salvar as nossas almas. Enquanto cristãos, precisamos assumir que é Ele, – e exclusivamente Ele, – que está e estará eternamente no centro da nossa fé (que por isso é 'cristocêntrica'), das nossas orações e da nossa salvação.

Esclarecidos esses pontos, nós também cremos que podemos e devemos interceder uns pelos outros, isto é, pedir uns pelos outros junto a Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo. Foi assim que Maria fez em Caná, pedindo a seu Filho e seu Senhor que ajudasse aqueles noivos. E Ele a atendeu, mesmo que aquela ainda não fosse "a sua hora" (Jo 2,4). Cremos que Maria, que é nossa Mãe, e também nossa irmã e companheira de caminhada, pode pedir também por nós ao seu Filho amado, agora que está com Ele na eternidade, em perfeita Comunhão. Cremos que, no Céu, os santos de Deus estão mais vivos do que nós, aqui na Terra, pois alcançaram a vida plena à qual Jesus se referiu (Jo 10, 10), e que podem nos ouvir, já que somos todos membros de um só Corpo (1Cor 12,27ss).

Maria foi a primeira cristã, o perfeito modelo de fé e de confiança em Jesus, testemunha fiel de tudo o que se passou na vida d'Ele, desde antes do nascimento até a Cruz. De Jesus, Maria entende mais do que qualquer outra pessoa humana! Não, ela não foi nem é “uma mulher qualquer”, como ouvimos dizer por aí: não foi acidente nem "sorte" a Graça mais do que tremenda que aconteceu em sua vida! Não é todo dia que uma virgem recebe de um arcanjo uma mensagem da parte do Deus Altíssimo, e não é todo dia que uma virgem fica sabendo, por meio de um aviso angélico, que será a mãe do Filho de Deus! Não, não é todo dia que uma virgem fica grávida por obra especialíssima e direta de Deus! Não é "qualquer mulher" que gera Alguém como Jesus Cristo, nosso Deus e Salvador de toda a humanidade!

Mas ainda não são todas essas razões que nos autorizam a chamar Maria “Mãe de Deus”. Ocorre que Jesus sendo Deus, e Maria sendo sua mãe, quando a chamamos assim, honramos devotamente a memória de Maria, mas a Jesus glorificamos, reafirmando todas as vezes que Jesus Cristo é Deus. Quem se nega a dizer que Maria é "Mãe de Deus", renega a divindade de Jesus Cristo. Simples assim. E como se essa lógica tão simples não bastasse, para que não restasse nenhuma dúvida, o próprio Deus, em Pessoa – na Pessoa do Espírito Santo, – confere a Maria este título: as Sagradas Escrituras são claríssimas em testemunhar que sua prima Isabel, cheia do Espírito Santo, proclamou Maria "Mãe do Senhor", precisamente com o sentido de "Mãe de Deus" (Lc 1, 41-43). Foi, portanto, o próprio Espírito Santo, que é Deus, Quem chamou Maria assim pela primeira vez.

Assim como está escrito, Maria foi escolhida desde o princípio dos tempos, porque o Sopro de Deus pairou de maneira especial sobre ela. A Vida que nela foi gerada era nada menos que a Vida do próprio Autor da Vida! Como podem alguns se negar a honrar Maria? Como podem se negar a lhe proclamar Bem-Aventurada e Cheia de Graça?

Podemos imaginar os risos, as brincadeiras, as lágrimas, as preocupações que ela teve com seu Filho Divino, o dia-a-dia ao lado do Senhor... Ninguém teve maior escola de espiritualidade que Maria! Nem mesmo os Apóstolos, que tiveram apenas três anos para aprender com Cristo: Maria teve trinta e três anos e nove meses! Se acreditamos na palavra e na santidade dos Apóstolos, que foram os autores da Bíblia, como duvidar de Maria, a mãe do Senhor? Se ela tivesse escrito um Evangelho, seria sem nenhuma dúvida o mais digno de crédito; porque ela esteve lá, junto até o último momento, e continuou com os discípulos depois da crucificação, integrando a Igreja que nascia. Aliás, no momento da crucificação, quando os Apóstolos fugiram, quem continuou ao lado do Senhor? Ela mesma... E os Apóstolos a ouviam. Muita coisa Maria deve ter lhes contado, muitos detalhes sobre a vida do Senhor. Senão, como eles poderiam saber, para escrever os Evangelhos? Maria foi a melhor testemunha do que realmente aconteceu com Jesus. Ninguém, absolutamente ninguém em toda a História, viveu a experiência Jesus Cristo mais do que ela.

Muitos títulos de honra a Igreja deu à Maria, e nos cabe procurar entendê-los corretamente. Infelizmente, aqui entramos nos exageros dos que parecem querer elevar a Mãe de Deus mais alto que o próprio Deus. Mais alto do que, com certeza, ela mesma deseja ser elevada. Estes estão no  lado oposto daqueles que a desrespeitam e renegam sua grande honra. Uns, na ânsia de anunciar as virtudes da Mãe, acabam por vezes exagerando; outros, no zelo de defender o papel único do Filho de Deus, terminam por desprezar o maravilhoso legado da desde sempre amada Mãe da Igreja.

A Igreja sabe o que é o Reino de Deus, quem é Jesus e quem é Maria, e nós precisamos aprender essas coisas. Devemos aprender a amar Maria com uma devoção pura e autêntica; falar muito com Jesus e com o Pai, pedir sempre a luz do Espírito Santo no que dizemos e no que fazemos. Devemos também falar com nossa Mãe do Céu, e devemos fazê-lo sabendo que com isto ganharemos muito, mas sabendo também que falar com Jesus é falar com Deus, e que falar com Maria é falar com um ser humano mais do que especial que está no Céu com Deus.

Nunca a Igreja ensinou que Maria é uma ‘deusa’, como acusam alguns dos nossos irmãos ditos "evangélicos". O Catecismo da Igreja Católica (CIC) deixa muito claro que é sempre o Deus Uno e Trino quem concede as graças. Nossa Mãe e Mãe da Igreja pede por nós, junto a Deus. Jesus concede, porque é nosso Intercessor junto ao Pai, e porque todo o poder lhe foi dado no Céu e na Terra. Maria consegue, pedindo. Se creem que tantos "pastores" conseguem graças e bençãos orando a Jesus, quanto mais ela, a Virgem Maria, que foi e continua sendo muito mais santa, mais unida a Jesus e mais pura e salva do que qualquer ser humano jamais foi?

Nossa Senhora é uma só: Maria, Mãe de Jesus. Mas ela recebeu diversos títulos e representações ao redor do mundo, como esta, feita na China: cada nação procurou retratá-la à sua maneira.

Nós levamos o Senhor na mente e no coração: Maria, além disso, o carregou no ventre: a Carne de Jesus Cristo, Deus encarnado, era a mesma carne de Maria. O sangue que fluía em Maria era o mesmo Sangue salvador que fluía em Jesus, e que foi derramado pela salvação da humanidade. Já parou para pensar nisso? Maria cuidou e protegeu Nosso Senhor desde quando Ele, por amor a nós, se fez um bebê indefeso. Que grande absurdo é querer "defender" Jesus tentando diminuir Maria!

Equilíbrio: é tudo de que precisamos para honrar e venerar Maria do jeito certo. É verdade que alguns católicos se equivocam neste assunto. Quantas vezes vemos pessoas prostradas diante das imagens de Maria nas igrejas, louvando e pedindo bençãos, mas... que pena, logo depois passam incólumes diante do Altar e do Santíssimo Sacramento, como se ali não se encontrasse Jesus Cristo em Corpo, Alma e Divindade! Muitos gostam de repetir que “se Jesus não estiver atendendo, é só pedir à Mãe que ela atende”, como se existisse uma espécie de oposição entre o Cristo e a Virgem; isto é absurdo. Também ouvimos afirmações como: “Tudo com Jesus, nada sem Maria!”... Sabemos que a intenção é boa, mas essas frases são geralmente infelizes, porque Cristo é Deus, Alfa e Ômega, Principio e Fim de todas as coisas. Quem O tem, tem tudo. Para quem está n'Ele, não existem condições. A Santíssima Virgem Maria, Mãe bendita, vive n'Ele, para sempre. Por isso é que se diz que ela que possui a "onipotência suplicante": Nosso Senhor, por assim dizer, não resiste às suas súplicas; mas devemos entender que Ele é o próprio Amor, em Pessoa – Deus que é Amor –, amor tão sublime e ilimitado que foi capaz de sofrer ao extremo, chegando à se entregar à morte, "e morte de cruz" por amor a cada ser humano. Assim, quando desejamos “a Paz de Cristo”, por exemplo, é desnecessário completar com “...e o amor de Maria”. O Amor que vem de Jesus e de Maria são o mesmo e um só: expressão máxima e perfeita do Amor Divino no mundo, que provém sempre d'Ele, o Autor da Vida e Deus de Amor, e que é pleno nela, para o compartilhar com toda a Igreja.

Foi a este mesmo Amor que Maria se entregou de corpo e alma; foi deste Amor que ela se fez serva, para se tornar "Nossa Senhora" para sempre. Se existem exageros ao se falar de Nossa Senhora, e isso leva alguns irmãos de outras comunidades cristãs a nos acusar de "idolatria", devemos saber que, dentro da verdadeira Fé cristã, nada nos desvia da verdadeira Comunhão dos Santos e nem da companhia e proteção da santíssima, amada e sempre Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus e de todos nós; exemplo incomparável de santidade sempre ao nosso lado no percurso do Caminho que é Cristo.

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Ref.:
OLIVEIRA, José Fernandes. Maria do Jeito Certo, São Paulo: Paulinas, 2008.
ofielcatolico.blogspot.com

Os títulos de Maria


Sou romeiro e no seu dia, na multidão mãe querida
Me ajoelho e rezo, Nossa Senhora Aparecida
Nossa Senhora da Glória, de Lurdes, de Nazaré (..)
Minha mãe, nossa senhora, somos todos filhos seus
Todas as nossas senhoras são a mesma mãe de Deus.

Nesta bela música, intitulada “Todas as Nossas Senhoras”, Roberto Carlos expressa de forma simples e poética uma prática comum do Povo católico. Costumamos invocar a Maria, pedir seu auxílio e proteção, com muitos e diferentes nomes. A lista é interminável e tem origens diferentes. Alguns títulos provém da devoção de institutos de consagrados. Por exemplo: NS do Rosário (dominicanos/as), NS Auxiliadora (salesianos/as), NS do Perpétuo Socorro (redentoristas), Mãe três vezes admirável (Shönestad).

Outros títulos de Maria fazem alusão à experiência de videntes de aparições reconhecidas pela Igreja, como NS de Fátima, NS de Lurdes, NS de Salete e NS de Guadalupe. Há ainda títulos que relembram devoções que se transformaram em dogmas marianos, como Imaculada Conceição e Assunção. Para este último título, há muitas outras invocações, que se desenvolveram em diferentes regiões. NS. da Glória, NS da Boa Viagem (para o céu!) e NS da Abadia traduzem a mesma crença: Maria já está glorificada, de corpo e alma, junto de Jesus na comunhão dos Santos.

Há títulos marianos engraçados, como NS das Cabeças. Trata-se de uma imagem do Brasil colonial, na qual Maria está cercada de cabecinhas de anjos. Ou ainda, NS do Bom Sucesso, que era invocada para que as mulheres não tivessem problemas no parto. E também se usam títulos marianos provenientes de momentos da vida de Maria, como NS de Nazaré, NS da Piedade (Maria com o filho morto no colo), NS das Dores (especialmente a dor da cruz). E, para concluir sem terminar, também se invoca Maria com títulos simbólicos, sobretudo aqueles das Ladainhas, como “Mãe do Bom Conselho”, “Sede da Sabedoria”, “Consoladora dos aflitos”.

Como se vê, a Mãe Jesus é evocada com muitos títulos. Mas isso não pode nos levar à confusão, como se fossem várias santas diferentes. Ou que uma delas fosse mais poderosa do que a outra. Os vários títulos mostram que Maria está pertinho da gente, assumindo o rosto de muitas regiões e culturas, traduzindo o seu amor de várias formas. No dizer de Roberto Carlos, “Somos todos filhos seus! Todas as nossas senhoras são a mesma mãe de Deus”.

Irmão Afonso Murad

Ladainha Mariana para o nosso tempo Em Nazaré



Maria de Nazaré, rogai por nós.
Menina que encantou os olhos de Deus, rogai por nós.
Amada de José, rogai por nós.
Jovem questionadora, rogai por nós.
Servidora do Senhor, rogai por nós.
Mulher do Sim sempre renovado.
Aquela que medita o sentido dos fatos, rogai por nós.
Educadora de Jesus, rogai por nós.
Aquela que vê Deus nos véus do cotidiano, rogai por nós.
Mãe do Deus conosco, rogai por nós.

Na casa de Isabel - Magnificat
Maria missionária, rogai por nós.
Símbolo da solidariedade, rogai por nós.
Feliz porque acreditou nas promessas de Deus, rogai por nós.
Amiga de Isabel, rogai por nós.
Cantora das obras de Deus, rogai por nós.
Símbolo de inteireza, rogai por nós.
Profetiza da justiça, rogai por nós.
Esperança de libertação, rogai por nós.

Em Belém
Maria de Belém, rogai por nós.
Companheira de José, rogai por nós.
Jovem Mãe de Jesus, rogai por nós.
Amiga dos pastores, rogai por nós.
Primeira testemunha da encarnação, rogai por nós.
Símbolo da alegria, rogai por nós.

No templo de Jerusalém
Maria de Jerusalém, rogai por nós.
Mulher oferente, rogai por nós.
Peregrina na fé, rogai por nós.
Aquela que crê, sem tudo compreender, rogai por nós.

Nos caminhos da Palestina
Maria da palestina, rogai por nós.
Primeira discípula do Senhor, rogai por nós.
Aquela que acolheu a Palavra de Deus, rogai por nós.
Aquela que guardou a palavra no coração, rogai por nós.
Aquela que frutificou a Palavra, rogai por nós.
Nossa irmã na fé, rogai por nós.
Pedagoga da fé em Caná, rogai por nós.
Atenta às necessidades humanas, rogai por nós.
Coração livre, aberto e desapegado, rogai por nós.

Em Jerusalém
Maria de Jerusalém, rogai por nós.
Firme junto à cruz, rogai por nós.
Símbolo do sofrimento assumido, rogai por nós.
Ícone da fé, rogai por nós.
Perseverante em oração no cenáculo, rogai por nós.
Testemunha da ressurreição de Jesus, rogai por nós.
Batizada no Espírito em Pentecostes, rogai por nós.

Na Terra e no Céu
Maria, tão humana e tão divina, rogai por nós.
Glorificada junto de Deus, rogai por nós.
Filha predileta do Pai, rogai por nós.
Mãe, educadora e discípula do Filho, rogai por nós.
Templo do Espírito Santo, rogai por nós.
Modelo dos cristãos, rogai por nós.
Símbolo humano da ternura de Deus, rogai por nós.
Mãe das mães, rogai por nós.
Aquela que está mais perto de Deus e mais perto de nós, rogai por nós.
Colo de Deus em feição humana, rogai por nós.

Ir. Afonso Murad

www.maenossa.blogspot.com